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RECRIAÇÃO HISTÓRICA III - AS INVASÕES FRANCESAS - AROUCA


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AROUCA - Sábado 11H00, inicio da recriação das invasões francesas no território Arouquense com a debandada das freiras do Convento, e da população em geral a refugiar-se, com a tropa francesa a fazer do Mosteiro o seu quartel. Note-se que estas segundas invasões Francesas incidiram aqui no Norte, com incidencia em regiões como Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Arouca, Castelo de Paiva, e V.N. Gaia. Guerra sangrenta, com muitas mortes nestas localidades, as quais têm a sinalizar pequenos memoriais um pouco esquecidos e ignorados. E por fim os Franceses meteram o rabinho entre as pernas, porque não levaram nada deste Leal e Mui Nobre Povo do Norte, com a Invicta cidade do Porto a dar o mote. Foi sempre daqui que partiu a defesa da independencia de Portugal, quando esteve ameaçada em algumas fases da nossa História "RESPECT".

HISTÓRIA - BREVE RESUMO:

No decurso do mês de abril de 1809 sucedeu que um destacamento da Leal Legião Lusitana, comandado pelo capitão Luís Paulino d'Oliveira Pinto de França, conseguiu resistir durante cerca de nove dias e fazer recuar um destacamento de tropas francesas que se dirigia à vila de Arouca, alcançado assim o objetivo de proteger não só as populações do concelho, como também o centenário convento ali existente.


As invasões francesas no território da Diocese do Porto
C. F.

As invasões francesas, uma das maiores megalomanias militares da História (mesmo considerandos os impérios antigos que se desmoronaram, e depois delas o extravagante projecto hitleriano, o império soviético e actualmente o pretenso domínio americano da região do Golfo pérsico) ficaram entre nós especialmente conhecidas pelo chamado desastre da ponte das barcas, que fez perecer, na fuga dos exércitos napoleónicos, alguns milhares de cidadãos da região do Porto, afogados no Douro pela queda da ponte de ligação entre o Porto e Gaia que se encontrava assente sobre barcos que lhe serviam de suporte. Foi um acontecimento trágico, como todos os que nascem das guerras, que foi recordado em 2009 com memoriais cívicos, que juntaram as entidades governamentais e autárquicas, e que culminou com um grandioso espectáculo musical apresentado no Coliseu do Porto, com o qual se quis homenagear os mortos e exaltar os vivos.

Porém, as três invasões francesas tiveram muitos outros momentos marcantes, até à expulsão definitiva do invasor que, como todos os invasores da história, depois de ter cometido toda a espécie de agressões e crimes, acaba por ser reenviado para a sua terra sem honra nem glória, mas envolto na vergonha da agressão. Nunca ninguém ganhou definitivamente uma guerra de agressão ou de invasão. Aliás, entendo que nunca ninguém ganhou uma guerra: todos a perdem sempre, mais cedo ou mais tarde.

Estes dados são recordados a propósito de um livro recentemente publicado, da autoria de Samuel Bastos de Oliveira, com o título Os Mártires da 2.ª invasão francesa entre Douro e Vouga, portanto terras de toda a região sul do território da diocese do Porto e norte da de Aveiro (também o sul do distrito do Porto e grande parte do de Aveiro).
Este livro é muito interessante, não tanto pela recordação dos acontecimentos mais marcantes da segunda invasão francesa que foi a que percorreu o território portuense, mas sobretudo por reunir textos e dados que testemunham por um lado o receio por parte das autoridades de massacres, e por isso recomendam que não se realizem atitudes hostis ao invasor, e por outro lado um certo voluntarismo da população que lhe faz frente em várias circunstâncias, com resultados trágicos. Um dos mais conhecidos passou-se entre S. Tiago de Riba Ul e Arrifana (Feira), onde foram mortos dois oficiais franceses pelos populares, o que levou o general Soult a tomar vingança, mandando saquear e incendiar esta última povoação, fuzilando cerca de 300 pessoas, homens, mulheres e crianças, como conta no teor de uma lápide comemorativa a que chamam “as alminhas dos franceses” na vila de Arrifana e cujos assentos são apresentados no livro.

Um episódio significativo. Relatos deste género encontram-se em todas as localidades desde Murtosa e Estarreja, passando pelas terras de Vale de Cambra, Arouca e Castelo de Paiva, até Grijó (em cujo mosteiro se aquartelaram os franceses).
Baseado em documentos que transcreve, Samuel Oliveira apresenta relatos de morte e enterrramento de que destacamos este episódio significativo:
O Padre João de Sá Rocha [que era capelão das freiras do Convento de Monchique,no Porto], natural de Anta, foi fuzilado em 11 de Maio de 1809, no lugar de Esmojães, freguesia de Anta, pelos soldados de Soult, por este se ter recusado a revelar-lhes a confissão do salteador e assassino Catafula, como exigiam para descobrirem os guerrilheiros que teriam sido cúmplices de Catafula na morte de três soldados franceses, a 10 de Maio d 1809 quando passavam ela estrada real entre os Carvalhos e o Picoto de Argoncilhe. Esta morte foi particularmente violenta, porque os cadáveres dos mortos, incluindo a mãe e um irmão do padre, foram pendurados num pinheiro, até que depois da partida dos franceses lhes deram cristã sepultura. Nesse local ou próximo dele se ergueram depois umas alminhas e se marcaram em um pinheiro sete cruzes, até que este foi derrubado por um temporal em 1954.

São muitos os relatos, os registos paroquiais e os episódios que o autor regista neste livro, salientando mesmo cada uma das freguesias em que a horda francesa fez estragos. Das freguesias de Gaia revela o autor que apenas se livraram das tropas invasoras as freguesias de Crestuma, Lever, Oliveira do Douro, Olival, S. Félix da Marinha, Sandim, Seixezelo e Valadares (aquelas onde o autor não encontrou registos de óbitos). Note-se que, aparte S. Félix da Marinha e Valadares, se situam a oriente do concelho de Gaia, onde provavelmente não passou o exército invasor.

Desta investigação algo se pode concluir: que uma guerra apenas produz vítimas, não há registo de vencedores; que os que se supõem vencedores também morrem e que guarda deles a história?; o registo do padre que foi fuzilado e exposto o corpo por não revelar o segredo da confissão não consta no santoral, como tantos outros na história, mas é um bom exemplo trágico do dever cumprido; que nas guerras a vida humana é coisa sem valor, ou cujo valor é sempre submetido ao interesse, à ambição ou à vingança. Mesmo um relato meramente factual ou de registo burocrático obrigatório pode ensinar-nos mais que muitas teorias e bons conselhos.

Fonte:
Samuel Bastos de Oliveira, Os Mártires da 2.ª Invasão Francesa entre Douro e Vouga, Oliveira de Azeméis, Nov. de 2009.

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RECRIAÇÃO HISTÓRICA II - BEATIFICAÇÃO DE STª MAFALDA - AROUCA



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Visão das celas da clausura


BEATIFICAÇÃO:
A Recriação Histórica II, que damos aqui destaque através de fotos e videos, realizados em 2017, é uma recriação fiel dos acontecimentos reais da época, em que múltiplos personagens encarnam na perfeição o papel que foi efetivamente executado aquando da beatificação da Rainha Santa. Veja a nossa reportagem seguinte a III Recriação Histórica - As invasões Francesas.


HISTÓRIA DA BEATA D. MAFALDA:


Beata Mafalda de Portugal Amarante, 1 maio 1200 - 1257. Filha de D. Sancho I - Ordem de Cister. Fundadora do Mosteiro de Santa Maria de Arouca. Beatificação pelo papa Pio VI em 1793. Mosteiro de Santa Maria de Arouca. Mosteiro de Santa Mafalda. Portugal.



Torre do Tombo, Mosteiro de Santa Maria de Arouca.
Carta de doação de dois casais na vila de Melareses feita pela Abadessa D. Maior Martins e pelo Mosteiro de Arouca a Pelágio Gonçalves, por vontade da rainha D. Mafalda. 1251-05-15. Ordem de Cister, Mosteiro de Santa Maria de Arouca, gav. 3, mç. 3, n.º 39.
Inquirições de testemunhas e traslados de documentos respeitantes à beatificação e canonização de D. Mafalda, filha de D. Sancho I. 1675 – 1694. Portugal, Torre do Tombo, Ordem de Cister, Mosteiro de Santa Maria de Arouca, liv. 209.



Processo apostólico na causa da beatificação e canonização de D. Mafalda, rainha de Castela, filha de D. Sancho I, rei de Portugal e religiosa no Mosteiro de Arouca, da Ordem de Cister. Mitra Episcopal de Lamego, liv. 64, e 65.1195 - Nascimento de D.Mafalda, filha de D.Sancho I. 1210 - D.Sancho I dá-lhe em testamento o Mosteiro de Bouças e de Arouca. 1211 - Morte D.Sancho I e sucede-lhe Afonso II que tenta despossar suas irmãs dos bens legados. 1215 - Casamento de D. Mafalda com Henrique I de Castela. 1217 - Recolhe-se no Mosteiro de Arouca após a anulação do seu casamento por laços proximos de consanguinidade. 1256 - Morre em Tuias. 1616 - Abertura do tumulo onde se encontra o corpo incorrupto. 1793 - Beatificação da Rainha Santa Mafalda, Por Pio VI. 


Existem muitas lendas, e contos sobre a Rainha Santa Mafalda, a qual não chegou a ser canonizada.
Traslados de documentos respeitantes à canonização de D. Mafalda, filha de D. Sancho I e de D. Joana, filha de D. Afonso V. 1757. Portugal, Torre do Tombo, Ordem de Cister, Mosteiro de Santa Maria de Arouca, liv. 210.

Fonte: Torre do Tombo


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RECRIAÇÃO HISTÓRICA I - MOSTEIRO DE STª MAFALDA - AROUCA




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1ª PARTE VIDA MONÁSTICA:::
Introdução em direto no local para FB
ASA Arouca com parque de merendas
A Recriação das vivencias, da clausura, e da envolvencia monástica com a população de Arouca à volta do seu Mosteiro, é sem dúvida um grande evento que envolve não só o município, como os seus munícipes em torno desta realística recriação histórica. A recriação vai desde a transladação das reliquias fisicas da Rainha Santa Mafalda, como também as invasões francesas, ou a tentativa falhada, para tomarem de assalto o Mosteiro e o território de Arouca. UM GRANDE EVENTO NACIONAL. Veja a reportagem.


HISTÓRIA DO MOSTEIRO:

Segundo a documentação existente, o antigo mosteiro de S. Pedro data do séc. X. No ano de 1210 o Mosteiro de Arouca é legado a D. Mafalda, por seu pai, D. Sancho I, Rei de Portugal. No entanto, o início do seu padroado ocorre apenas em 1217 ou mesmo 1220. Embora nos seus primórdios a regra adoptada no Mosteiro tenha sido a da Ordem de S. Bento, no início do séc. XII viria a ser adoptada a da Ordem de Cister, que se manteria até aos finais do séc. XIX.



Mosteiro de Santa Mafalda:

ORDEM DE CISTER:

Nos sécs. XV e XVI foram realizadas diversas obras de reconstrução e ampliação do Mosteiro, datando o imponente edifício, tal como vemos hoje, dos sécs. XVII e XVIII.



Claustros do Mosteiro:

Os espaços mais notáveis de todo o conjunto são a Igreja, o Coro das Freiras, os Claustros, o Refeitório e a Cozinha. Merece referência especial o magnífico Museu de Arte Sacra que nele se alberga - um dos melhores, no seu género, em toda a Península Ibérica -, no qual, para além de múltiplos objectos de culto, paramentos, peças de mobiliário, manuscritos litúrgicos, se podem encontrar peças raríssimas nas artes da escultura, pintura, tapeçaria, ourivesaria, etc.

O Mosteiro de Arouca foi classificado como Monumento Nacional pelo decreto de 16-06-1910. Z.E.P., D.G. 2.ª Série, n.º 164 de 15-07-1960. Está sob a responsabilidade do Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico.

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CALVÁRIO - AROUCA - AVEIRO - PORTUGAL


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Arouca é uma Vila Portuguesa, Sede de Concelho, pertencente ao Distrito de Aveiro. O Calvário está situado a cerca de 500 m da Capela da Misericórdia, que está situada no centro histórico de Arouca, bem de frente ao imponente Mosteiro de Santa Mafalda. Para informação de companheiros de outros Países que nos visitam, e que venham unicamente com a indicação dos Passadiços do Paiva em Arouca, saberem que Arouca é muito mais que isto! (ver nossas etiquetas "Arouca" no nosso Portefólio). Estacione na Área de Serviço para Autocaravanas no Parque da Feira bem no Centro de Arouca Coordenadas GPS (N 40º55'33" W 08º15'01").

               HISTÓRIA:
Calvário:
Fica sobre uma penedia, a norte da Vila de Arouca, sobressaindo na sua parte mais elevada 3 cruzes, das quais a central data de 1627; no centro tem um púlpito de pedra, datado de 1643, situando-se as restantes cruzes da via sacra espalhadas pelas diversas ruas da Vila. Classificado Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 37077 de 29-09-1960.
Fonte: www.cm-arouca.pt


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CAPELA DA MISERICÓRDIA DE AROUCA - AROUCA - AVEIRO


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A capela da Misericórdia de Arouca, fica situada no Centro Histórico da Vila de Arouca, pertencente ao Distrito de Aveiro, Portugal. A Capela apresenta-se restaurada e bem cuidada. Apesar de pequena tem um património sacro-religioso de elevado valor. Está quase sempre de portas abertas. Depois de uma visita ao Mosteiro de Santa Mafalda, é só atravessar a estrada e visitar este monumento que data a sua construção do ano 1612. Para visitar Arouca aceda aqui à informação da Área de Serviço para Autocaravanas no Centro da Vila.



               HISTÓRIA:
Capela da Misericórdia de Arouca:
Situada no centro histórico da vila, defronte ao Mosteiro de Santa Maria de Arouca, a capela da Misericórdia é um edifício de arquitectura religiosa de traça maneirista, correspondente a um ciclo construtivo que proliferou na segunda metade do século XVI e primeira do XVII, marcado pela influência italiana, mas comprometido com a austeridade da arquitectura chã tipicamente portuguesa. Mandada erigir pelos devotos, em 1612, conforme se infere da inscrição existente no friso do portal, mantém a estrutura original seiscentista, muito embora tenha sofrido algumas alterações no decurso dos tempos.


Das pequenas dimensões, segue o esquema tradicional de corpo único de planta longitudinal, à qual acresce, adossadas ao lado direito a sacristia, sobreposta pela casa do despacho, espaço de reunião e decisão das Mesa e da Irmandade, edificadas no século XVIII. Ao lado direito da frontaria, foi erigida no século XIX uma torre sineira paralelepipédica à fachada, apresentando as pilastras dos respectivos cunhais independentes. A frontaria, com embasamento granítico e pilastras nos cunhais, segue um modelo de fachada de portal com alfiz de moldura rectilínea e remate em arquitrave.


A porta axial, em arquivolta de arco pleno, é enquadrada por pilastras assentes em altos pedestais rectangulares e encimadas por pináculos, com remate arquitravado de friso e cornija. O friso encontra-se preenchido com a inscrição alusiva à sua fundação: DEVOTI – FECERE - AN – 1612.O portal é ladeado por postigos rectangulares, moldurados e gradeados sobrepujados por cruzes de assento de terminações trevadas, setecentistas. O remate, que se configura em frontão triangular, alongando-se por todo o alçado, apresenta no centro do tímpano um óculo de esbarro encimado por um escudo com as armas reais, alusivas à protecção régia a que as Irmandades da Misericórdia se encontravam sujeitas, datado do século XVIII. No coroamento possui pináculos piramidais colocados sobre pedestais, nos vértices laterais, e uma por cruz latina, assente em soco, no vértice central.

A torre sineira é composta por três registos, demarcados por friso. No primeiro, possui embasamento na continuação da fachada e uma porta de entrada de acesso á sacristia e, no segundo, uma porta de sacada com guarda de ferro. O último, de cornija saliente, possui embasamento ornado com um florão central, quatro ventanas de arco pleno e entablamento de friso e cornija. Sobre este, eleva-se o remate, composto por pináculos sobre as pilastras dos cunhais e por cúpula, quadrangular, coroada por esfera com cata-vento de ferro, ornado por um anjo.

O espaço interior, de uma só nave, embora tenha sido alvo de obras no século XVIII, conserva a sua primitiva estrutura da centúria de seiscentos. A riqueza do seu programa decorativo e a unicidade do conjunto, patente na conciliação harmoniosa da composição original do século XVII com a campanha de obras de matriz barroca do século XVIII, conferem a este espaço exuberância e esplendor no contexto artístico da região.



À semelhança do que sucedia em muitas igrejas das misericórdias erigidas neste período, é possível perceber a divisão espacial em dois patamares distintos, diferenciados somente por um desnível do chão: o espaço da capela-mor, local onde o sacerdote ministra o serviço religioso, mais elevado e com o chão com lajes de granito, e o restante espaço, cujo chão é coberto por madeira. As paredes, com excepção da do topo, onde se localiza o retábulo-mor, são integralmente revestidas com azulejos de padrão de motivos vegetalistas e geométricos, datáveis de cerca de 1620. Este recurso artístico que coteja ao espaço exuberância e colorido foi, a par da talha, amplamente utilizado no nosso país nos espaços religiosos, pelas suas potencialidades estéticas e luminosas, capazes de metamorfosearem esses mesmos espaços. Formando uma composição azulejar, designada por azulejo de tapete, presencia-se nesta composição a inclusão de pequenos painéis hagiográficos com a figuração dos Apóstolos.

O uso da talha está presente na cobertura da capela, onde configuram as cimalhas e as molduras dos caixotões que a compõem. O tecto, de planta longitudinal e abobadado, compõem-se de cinquenta caixotões, dispostos em dez linhas com cinco caixotões em cada uma, formando cinco colunas. São de formato quadrangular, excepto os laterais da linha junto ao retábulo-mor, os quais, executados de forma a permitir colocação do mesmo, apresentam a configuração de um triângulo isósceles. Com características do figurino tardobarroco, os enquadramentos e as molduras são pintados em marmoreados de tons beges, azuis e vermelhos, tendo os ângulos dos emolduramentos exteriores demarcados por florões entalhados no fecho. Com objectivos pedagógicos e catequético, as pinturas exibem representações de temática cristológica, mariana e hagiográfica e são datados do terceiro quartel do século XVIII, conforme se infere da legenda pintada no caixotão central, junto à porta de entrada, onde se lê: ESTA OBRA DE PINTVRA SE MANDOV FAZER EM O ANO 1773 SENDO PROVEDOR O D.OR JOZE DOS S.TOS TEIXEIRA TELLES. Nos temas cristológicos encontramos representações dos Passos da paixão e de passagens da vida pública de Jesus Cristo: o encontro com a Samaritana e alguns dos Seus milagres. Nas pinturas ligadas à vida da Virgem, os temas vão desde a Anunciação até à Coroação. No que se refere à iconografia dos santos, estão representados os Apóstolos, os Evangelistas, os quatro Doutores da Igreja Latina e alguns santos frequentes nas devoções populares da época. Na disposição das pinturas, aparentemente parece não existir coerência na leitura dos temas. No entanto, verifica-se que existiu uma preocupação em ordenar a leitura segundo critérios, como acontece nos painéis ao centro que representam os 15 mistérios do Rosário: Anunciação, Visitação, Adoração dos Pastores (Nascimento de Jesus), Apresentação de Jesus no Templo, Jesus entre os doutores, Oração do Horto, Flagelação, Coroação de espinhos, Cristo a caminho do Calvário, Crucifixão, Ressurreição de Cristo, Ascensão, Pentecostes, Assunção da Virgem Maria e Coroação da Virgem Maria. De igual modo acontece nos painéis mais perto da cabeceira com a sequência das pinturas relativas aos Apóstolos, seguidos dos Evangelistas, com os seus atributos de tetramorfo e dos Doutores da Igreja. Nas últimas linhas, os painéis junto à cabeceira apresentam elementos do conjunto iconográfico da Arma Christi: o martelo, os cravos e a coroa de espinhos, apresentando os últimos cinco, junto à porta da entrada, a representação de Santos de ampla devoção popular: São Martinho, São Sebastião, Santa Apolónia e São João Baptista, a enquadrar o painel central, onde se encontra a inscrição alusiva ao encomendador.

A parede testeira da capela, sobre o retábulo-mor, é forrada por um conjunto de cinco painéis figurativos, que supomos que tenha sido executado em simultâneo com as dos caixotões da cobertura do tecto (1773). As pinturas representam, na parte central, o Escudo Real que é flanqueado, à esquerda, pela representação do senhor dos Passos e, à direita, pela de Nossa Senhora das Dores. Os painéis laterais exibem dois robustos anjos alados, que sustem elementos do conjunto da Arma Christi: a esponja de vinagre e a lança. Localizado na parede testeira, o retábulo-mor de madeira entalhada, pintada e dourada, insere-se no formulário maneirista, evidente nas suas proporções anti-clássicas e na sua feição planimétrica. As modificações posteriores – no sotobanco e nas ilhargas – que lhe foram imputadas, não impedem a leitura do esquema maneirista.

Resultante da campanha de obras realizada nos meados do século XVIII, do lado do Evangelho, foi edificada uma capela em arco de volta perfeita, que possui um retábulo de talha dourada, marmoreada e policromada, dedicado ao Senhor dos Passos, que segue os cânones do formulário tardobarroco.

No lado da Epístola, no topo da capela, encontra-se uma porta rectangular de acesso à sacristia e à sala do despacho, rasgada em 1714, conforme se depreende da inscrição existente na padieira: “SENDO PROVEDOR MANUEL PEREIRA BURGO, MANDOU ABRIR ESTE PORTAL À SUA CUSTA – ANO – 1714”.

Na sala do despacho, situada sobre a sacristia, encontram-se o púlpito e a tribuna dos mesários. O púlpito, datado do século XVIII, assenta sobre base pétrea pintada em marmoreados, de mísula trabalhada com desenhos geometrizantes. Sobre a mísula recai o balcão, de madeira entalhada, dourada e policromada, decorado com motivos geométricos de losangos e elipses alternados, que suporta uma balaustrada torneada, que nos ângulos apresenta prumadas em forma de quartelões, decoradas com ornatos vegetalistas dourados. No remate um varandim, com frisos corridos, adornado com querubins, interpolados com motivos florais dourados. Rasgada na mesma parede, muito próximo, encontra-se a tribuna dos mesários, com varandim, de madeira, abalaustrado.
Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Arouca

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MUSEU DE ARTE SACRA - MOSTEIRO SANTA MAFALDA - AROUCA



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O Mosteiro de Santa Mafalda, está situado na Vila de Arouca, Distrito de Aveiro, Portugal.
Aos 26 de Outubro de 2014, o Portal AuToCaRaVaNiStA - Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, depois de ter inaugurado no sábado 25, a Área de Serviço para Autocaravanas, integrado no Festival da Castanha, visitou em grupos de 50 pessoas o Museu de Arte Sacra do Mosteiro de Santa Mafalda. Foi uma agradável surpresa dado o valioso espólio alí exposto. Foi também uma agradável surpresa a grandiosidade das instalações Monásticas, não só pelas sua fantástica e majestosa sumptuosidade, como naturalmente as grandes dimensões das salas, da cozinha e refeitórios. O Portal AuToCaRaVaNiStA recomenda uma visita, já que as fotos não são ilustrativas do real valor das peças, nem da dimensão do Mosteiro.

               HISTÓRIA:
Museu de Arte Sacra – Mosteiro de Santa Maria de Arouca:
A instalação da vida monástica no vale de Arouca processou-se em diversas fases, mas os documentos apontam a fundação do primitivo cenóbio para a 1ª metade do século X. Tal como os demais mosteiros da época, serviu este de apoio ao desbravamento, arroteamento e extensão do domínio agrícola pelo que a sua presença se tornou vital para o desenvolvimento cultural das populações rurais vizinhas.

A rainha St.ª Mafalda, filha de D. Sancho I, recolheu-se neste mosteiro, por volta de 1220, após o casamento com Henrique de Castela, o qual nunca veio a ser consumado. A ela se ficou a dever a mudança da Ordem Beneditina para a Ordem de Cister em 1226 por bula papal, bem como o enriquecimento e engrandecimento do dito mosteiro e de toda a região circundante. 


No século XVI, D. Melícia de Melo, a penúltima abadessa perpétua, encetou uma época próspera que se refletiu nas numerosas alfaias litúrgicas mandadas executar pelo mosteiro e demais obras artísticas, estando a ela ligada a construção da já desaparecida capela de S. Bartolomeu, orago da freguesia.



Com a morte da última freira em 1886, instituiu-se a Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda para preservar o culto e evitar maiores delapidações do que restava das anteriores riquezas do convento, com as quais veio a fundar, em 1933, o Museu de Arte Sacra. Este museu ocupa grande parte do edifício do Mosteiro de Arouca. 


É considerado um dos melhores museus particulares, no seu género, em toda a Península Ibérica, no qual, para além de múltiplos objetos de culto, paramentos, peças de imobiliário e manuscritos litúrgicos, se podem encontrar peças raríssimas de escultura, pintura, tapeçaria e ourivesaria.
Atualmente o Mosteiro de Santa Maria, considerado monumento nacional, está sob a responsabilidade do Ministério da Cultura.



PARA VISITAR:
Contactos:
Museu de Arte Sacra
Terreiro de Santa Mafalda
4540 - 108 AROUCA
Tlf/Fax. 256 943 321
museu.arte.sacra@mail.telepac.pt
http://museu-de-arouca.pt.vu

Horários
Aberto de terça-feira a domingo, das 9h30 às 12h00 e das 14h00 às 17h00
Encerra às segundas e feriados
Visitas: marcação prévia por telefone.
Também pode tentar o Posto de Turismo

Fonte: www.geoparquearouca.com - www.cm-arouca.pt

NOTA:
Os autocaravanistas tem a vantagem de poderem fazer as visitas, e no final da tarde recolherem ao centro da Vila de Arouca, mais propriamente no parque da feira, onde existe a Área de Serviço para Autocaravanas, uma parceria do nosso Portal AuToCaRaVaNiStA - Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, e a Câmara Municipal de Arouca. Inaugurada em 2014 . "Veja aqui a inauguração"
Veja as coordenadas GPS na nossa Base de Dados aqui neste Portal, na barra lateral. Não esqueça de ler e imprimir para oferecer as nossas Regras de Ouro. O Portal AuToCaRaVaNiStA - Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, deseja-lhe uma boa estadia em Arouca.

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FEIRA DAS COLHEITAS DE AROUCA - AROUCA


Apontamento AuToCaRaVaNiStA:
Arouca é um Concelho Português, pertencente ao Distrito de Aveiro.
A Feira das Colheitas de Arouca é por excelência uma das feiras que melhor apresenta os seus produtos agrícolas, e pecuário, como manda a tradição. Basta uma pequena incursão pelas diversas aldeias do concelho de Arouca, para concluir isto mesmo, agricultura biológica e tradicional em terrenos férteis de montanha, onde abunda a água, e propicia um clima tipo estufa, por estar entre as serras da Freita, da Gralheira e São Macário. A doçaria Conventual também não lhe fica atrás, já que é rica em diversidade e qualidade. Tem certificação própria das receitas do Mosteiro, que pertencia à ordem de Cister. Toda esta oferta esteve patente nesta feira das Colheitas, em que o vinho doce é Rei. Relativamente ao aparcamento de autocaravanas durante este evento, não existe, já que todo o perímetro do Parque está ocupado pela Feira, assim sendo, não há movimento autocaravanista nas zonas habituais de estacionamento durante este período, nem se aconselha. A melhor alternativa será perto dos Bombeiros, ou no parque do Terminal dos Autocarros de Passageiros, ali próximo.


Breve Apontamento da Feira:

Arouca veste o seu traje domingueiro, e sai à rua para comemorar o tempo da colheita. Depois de amanhar a terra, semear e cuidar a planta, é tempo de colher. A festa faz-se à mesa, com as iguarias da raça arouquesa, com a doçaria tradicional, com a gastronomia que evoca a ruralidade que nos identifica. Mas faz-se também na rua, com concertos, etnografia, exposições, feiras, folclore e uma enorme dose de boa disposição de todos os arouquenses, que recebem os visitantes de braços abertos. De 22 a 25 de Setembro, visite Arouca, por ocasião da 67.ª edição da Feira das Colheitas.



Feira das Colheitas 2011 | MENSAGEM DO PRESIDENTE:
A Feira das Colheitas surgiu há 67 anos, precisamente no contexto de uma das maiores crises da história, durante a II Guerra Mundial. Arouca soube, nessa altura, fazer da contrariedade uma oportunidade, e reverter esse cenário, passando da escassez alimentar e da decadência da sua cultura tradicional, aos campos verdejantes e frutíferos e ao ressuscitar dos usos e costumes das suas gentes. Hoje, voltamos a sentir essa ameaça da crise, mas é em alturas como esta que nos apercebemos de que, de facto, podemos e devemos reverter essa situação. Hoje, como nessa altura, devemos estar à altura deste desafio, e ressuscitar esse espírito empreendedor. É esse espírito, que, de resto, nos caracteriza, que está presente na vitalidade da nossa indústria, no nosso comércio e na potencialização do nosso turismo. É esse espírito que faz com que o «Arouca Geopark» continue a ser uma referência nas redes europeia e global da UNESCO. É esse espírito que não nos deixa desistir de, preservando e divulgando a nossa memória, as nossas tradições, os nossos usos, projectarmos no futuro uma Arouca melhor. A festa sai à rua, e a vila veste o seu melhor fato para receber quem a visita. Um traje de gala, com um programa rico, graças ao inestimável contributo dos nossos patrocinadores. Mas também, e sobretudo, graças ao enorme esforço e dedicação dos funcionários desta casa. A eles, o nosso profundo agradecimento. A Feira das Colheitas só é possível, porque, anos após ano, as nossas portas se abrem a mais visitantes. Recebemos todos de braços abertos, e convidamo-los a apreciar fabulosa carne arouquesa, a deliciar-se com a nossa doçaria, a apreciar os nossos produtos do campo, desfrute da nossa oferta turística. Saboreie Arouca. Queremos, portanto, que volte sempre a Arouca. A si em especial, damos as boas vindas, de braços bem abertos. José Artur Neves | Presidente da Câmara Municipal de Arouca
Fonte: www.cm-arouca.pt

EM AROUCA:
Os autocaravanistas tem a vantagem de poderem fazer as suas visitas ao vasto e valioso território, e no final da tarde recolherem ao centro da Vila de Arouca, mais propriamente no parque da feira, onde existe a Área de Serviço para Autocaravanas, uma parceria do nosso Portal AuToCaRaVaNiStA - Grupo AuToCaRaVaNiStA Português, e a Câmara Municipal de Arouca. Inaugurada em 2014:
"Veja aqui a inauguração"
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